29 de outubro de 2007

morte induzida


seria melancolia essa harmonia lamentável?
a cada nota
que o piano toca
bailam
como damas em noite de gala
as muitas gotas que ofuscam meus olhos
amei, amei e como amei
não obstante
o fiz em demasia
para não endurecer
tornei-me bruxa rainha
para não lacrimejar
fui a senhora do chá
e neste dia ensolarado
onde não recebo notícias nenhumas
de qualquer afeto doado
descobri:
abandonei o barco dessa poesia!
tristonha e sozinha
cansada e oprimida
renunciei ao cargo
não importa mais toda essa luz
admirada em instantes
não comove mais essa toda paixão
alimentada por segundos
demito-me adoecida
sangrando
e de mim mulher minha
lambo esta ferida
para não morrer de dor
pois se nem a infinitude poética do amor foi capaz de
assassinar-me
sem mais delongas
confesso forças
pro suicídio induzido
e se porventura perguntarem
do que morreu a menina
dirão que morreu de solitária
ou lombriga
pois na solidão de suas lamúrias
nunca houve ninguém capaz de acolher
todas as dores que tinha
para quando saía rainha
não chorar nem sofrer

morreu de alegria amável não correspondida
responde já do além a crioula-vadia!
arte de quinhomedo.blogspot.com
escritor do grfite mais visceral que eu já li
mas que anda sem falar comigo: será que o quinho ou o medo?

2 comentários:

Anônimo disse...

olá srta poetiza, jorrou emoção nessa poesia não? cheia de imagens, dores, realismos..perfeita.

Alex.

Anônimo disse...

re preciso falar com vc
bjos pedro