4 de junho de 2010

interrogativo auto-conhe-cimento

queria dominar-se

e instantaneamente ou denovo não se reconhecer no novo de seu dominio contemporâneo

queria ser livre

não de tudo

mas do medo que podia cegar seus sonhos

secar seus pensamentos

insistia em reinventar-se nas cinzas das coisas
do cigarro
no bege do alcatrão
que imprimia quando pensava na única maravilha da vida
A VIDA!

e formava pessoas SEMPRE
nos tons que se projetavam no chão q ela tanto conhecia
assim o que era duro ela coloria

e de poder faze-lo já não mais dormia

queria encantar o tudo

mas nem TUDO era o que ela assim queria

o que podia tocar?
e sera que tocava O TUDO a que se permitia?
o que se permitia?
o que a permitia?
o que encantava?
o que se encantava?
o que mais a encantaria senão a dor e a delícia de estar assim
VIVA!
queria da SUA ANGÚSTIA ALGUMA GRAÇA
a graça de estar sempre ALTIVA?

de sentir que era Sua senhora
ou mais uma menina

pois se nada sabia controlar ou dizer que não o que a fazia entorpecer

e disso entendia
e sabia que ainda podia muito mais
podia com as cinzas
com O tal do cinza
gosta agora do bege
sempre a linha do preto
ou as sobreposições coloridas neon
ou pastéis...
sem fritar
embora a fritura faça engordar
até aqui satisfastóriamente
sabia
o que mais saberá

maiúsculas sim





UM outro VENTO DANIFICA OS DEDOS
OS MESMOS medos E estranhos PESADELOS
A MORTE faz-se sempRE O NOVO COMEÇO
E nada FAÇO OU CONSIGO FAZER DO QUE VEJO
percebo O TEMPO ACUMUlando fragmentos
SOPROS INÚTEIS DE PESSOAS SEM ARREPENDIMENTOS

NESSA igual SOMATÓRIA DE ANSEIOS
QUE tolices que AINDA NÃO VEJO?
ouço lamúrias de quem NÃO TEM PEITO

SEMPRE ENVOLVIDA pelos meus destemperos
SEMPRE EMITIDA NAS COISAS QUE QUERO

QUERO SUAS ÁGUAS DE COR E PRETO
meus pés de NANQUIM, DOR NAs MÃOs E outros SEIOS
JÁ NÃO CAIDOS
PELOS RUÍDOS QUE OUSAM ME TORTURAR ANTES MESMO DE EU TER ME PRONUNCIADO
são coisas de DOÍDOS
senTIDOS
POR GUARDAREM-SE NUM PEITO DEMASIADO INFARTADO DE EMBASAMENTO
ANGUSTIADO POR NÃO TEREM VALIDAÇÃO NESSE HOJE-TEMPO

O DESESPERO PORÉM DESPEJA-SE NUMA ÁGUA DE ESCORRER NO SEIO
VONTADE DE QUEIMAR OUTRA FACE
QUE FACE É ESSA QUE TENHO?
O QUE é isso que TENHO QUE NÃO TE MEREÇO

NÃO RE-CONHEÇO E NÃO DESISTO?

QUE PONTOS SÃO ESSES QUE INTERROGAM E NÃO RESPONDEM NADA NUNCA
NÃO USAREI-OS NÃO HEI DE USÁ-LOS NOS MEUS PELOS...

CONTINUAREI SENTINDO O FRIO QUE SEGURA MEU CORPO NOS DEDOS
AINDA CONGELADOS
ANSIANDO POR ALGUM SOL

ANTES DISSO PEÇO ACREDITAR QUE O QUE NÃO SE EXPOÕE SE GUARDA
E OQUE NÃO SE PERDE SE TEM
TER O QUE É MEU E NÃO BUSCAR OUTRA HORA UM SEU LUGAR
MINHA AURORA HÁ DE CONTEMPLAR OUTROS DIAS LONGE MESMO
DENTRO DAQUI
OUTRORA EM QUALQUER REFERÊNCIA
ADORAVELMENTE ASFIXIANTE
E DESONESTAMENTE MENOS DESQUALIFICANTE DESSE MIM
QUE PRONUNCIAS
O QUE FARIAM MEUS OUTROS DEDOS
SE DEIXASSE ELES SEGUIREM?
ONDE ESTÃO?
POR QUE SE CALAM E TEMEM?
O QUE QUEREM TOCAR?
TOCO DE QUALQUER FORMA TODA INCANDESCÊNCIA ALGOZ DE MEUS SONHOS GUARDADOS
resvalados ou eNSANDECIDOS
DESVELADOS para os teus ESCONDIDOS
ATÉ DE SEU SUBSTANTIVO PRÓPRIO
já quero outros DIMINUTIVOS

JÁ NÃO ENTENDO
MAS ANTES QUE PINCELE SEM O MEU CONSENTIMENTO
FAÇO UMA PAUSA PARA O NÃO-CIGARRO E SEU MAIS NOVO COMPANHEIRO ANTIGO
- MUITA ÁGUA PRA TE DESAMARRAR... POR FAVOR!!

pode ser bala de café

3 de abril de 2010

sem sequencia

quando a chuva que cai e vem do seu
de lá de fora
aqui na minha casa pronta e acompanhada
sinto molhar minhas rosas
e a sua água que invade o seco da minha casa
permeia o chão cansado dos pés
a se ele soubesse que chove em mim
quando ele me pensa
e se ele quisesse beber-me
envenenar-se do meu chá de mim
o que será que seria inconsequência?

25 de fevereiro de 2010

não sei mais escrever

chega
não posso mais me esconder
não sei escrever
não trago você aqui
não tem nada em mim grandioso para lançar um livro
chega
não posso mais entender
não sei de você
não te vejo mais aqui
chega
não sei mais escrever

18 de fevereiro de 2010

que nome vc daria

retalhos de uma dor provocada nos ouvidos
o que doía era o que ouvia ou o que adornava seu aparelho de escutar?
respingos de uma tintura amarelada para diferenciar seus pensamentos
o que clareara seriam as idéias ou os fios de seu objeto de fazer pensador?
resquícios de um desejo ínfimo ?
de esgotar-se em si em palavras?
dissolvê-las em ferventes águas?
em um líquido de beber-se
o que queria era embriagar-se de seus próprios devaneios
e encontrá-los num palco de um cabaré
ou era o que queria
apenas dopar-se...
Para fazer dormir seus pesadelos de menina
que nome vc daria?
que nome eu teria
que nome era o seu para essa contextualização de minha vida?
eita, porra... que coisa chata essas mesquinharias...
que coisa boa!

5 de fevereiro de 2010

tolices DE SER O MUNDO DE UM SER DE ABSURDOS

não podia
não era majestosa
nem se quer queria
mas na mediocridade de suas bactérianas idéias
conhecia-se tola
e sabia por tolice
o sinônimo mesmo de todas as coisas
coisas = do homem= do mundo
a certeza de que tudo pode tornar-se um absurdo
é por não - não ter outra referência
não ter outra ciência
que não a sua
surda!
era da dor o que tirava o seu estranhamento
era dor que produzia seu contentamento
era agonia
tristeza também
isso era o seu absurdo
o imundo íntimo de uma natureza sempre igual
isso quer dizer humana
acúmulo desigual de tempos
asfaltos concretos
o verde natural sempre foi fundo e não folha
aaahhhh...
era bonito encontrar-se nessa misereza toda
e todo era o ser
o tolo
tudo isso era tudo o ser
igualmente inventado pra doer
e o seu ser?
esse era ou foi ou seria e será o sempre o seu jeito!
seu de ser tola
seu de mundo
de trocar e ter idéias e trocar de idéias
seu de absurdo
de Imundo
e o SEU, tolo,
- QUAL HÁ DE SER?

21 de janeiro de 2010

E mais uma vez tornou-se outra, e dessa vez Tinha



quando não podia
ou quando temia
lamentava viver num marasmo brutal
ausente de fantasias
e
nesses dias
fazia questão de não se lembrar
logo não demorava muito
sua vida logo esquecia
só pra inventar-se
e era como queria
no meio de suas volupiosas ruas interventivas
calçava-se -se de todos os sonhos
de todos os monstros que tinha
e o amor que por lá sempre fez sua caminha
era dela devoto
e o seu era entregue por um carteiro
que se chamava Demasia
a realidade
ali
tão cheia de verdade
pura em si
ou seria ela tão burra?
se fosse uma coisa
seria uma intempestiva-colorida-de-letreiro-neon-macia
o que mais a fazia sentir?
o que sentia se
sentia-se
era
assim
tão áspera como a seda que a vestia
tão ríspida quando ternura que a envolvia
tão frígida quanto o desejo que ela expurgava
tudo fazia quando esquecia
tudo dizia inventar
até um jazz na vitrola da vodka
no pé do samba
um palco pra tomar o seu chá
no ouvido do pé
até uma xícara de cigarro
e uns meninos-de-café
então decidiu:
Tata
mais
não!
ela era...
mais uma vez outra
e dessa vez
T I N H A
e de Muchacha ainda
pois não descasara de sua porção medíocre e latina
Tornou-se mulher do raio
bailarina de um xequeré
e seu pandeiro cantava como um chocalho
Então Tinha por que?
era Tinha não de te-tinha
mas de pre-ta que era
de miudinha
e não de passado
agora alguns de seus meninos também eram chiclés
por que Tinha herdara de seu Orixá-Pai
a esquerda de todos os santos
e seu lindo Cabaret!

Com devoção virada,
Tinha (ainda) Muchacha

sem mais outra vez

outra vez suas besteirinhas
suponho que não saiba
não pode saber outra coisa além do que cabe o mundo que gerou você


que não pode suportar nenhum outro gosto
que não o das folhas
insípidas
mexidas pelas suas besteirentas brisas

outra vez suas besteirinhas

besteirinhas tão pequenininhas assim
acabam por incomodar mamãe
e quando ela vem precedida do adjetivo MINHA
se fala da D. dos Ventos
e eu como sua filha
e eu sou seu ensaio tempestuoso
uma quase-tempestade-menina

e...

Meus anseios são atrovoados
meus medos são...

raios
outra vez suas besteirinhas

ai que coisa chata são elas
exclamo

mas incomodam pois fazem cosquinhas
e destruem as minhas saborosas folhinhas
sem a menor prévia necessidade compreendida

acho que quero com a mesma desnecessária vontade
e sem mais
sem nenhum outro-outra vez
sair dessa vez

antes que seja tarde e a minha tempestade
avaste tudo
essa e a minha VEZ!