2 de novembro de 2009

essa sua não visita

hoje empenhei-me na derrota
não compro briga pra amor
se amar for desprezar meus dedos que tanto lambusaram você por aqui
posso estar errada em quase tudo
mas posso também saber quem sou
essa é a dose mais silenciosa da minha própria pessoa em-bebida
e foi aqui,
nessa mesma localidade onde me-sei-de-mim-minha
foram nesses dias
que não encontrei você
ao invés de consumida a flamejantes insistentes desesperos
troquei la-grimas por la-ranja ou c-vitaminha
e agora
essa tinta-minha não se exita mais com a esperança da sua visita
e sim
teme tingir vocÊ nessa pequena agonia
leve tristeza constatadora de estar viva
de estar sozinha
de você amargar
hoje lamento empenhar-me em não querer mais
ainda sim, nessa minha cozinha onde fervo as águas
de passar o meu chá
há uma geladeira
que teima em te conservar
devo estar errada em crer que perecível sendo
uma hora não vindo ao meu prato
ainda há de estragar?
No aguardo

que.. vc bem que... não aparecia!

nenhuma visita sua
tardia hora escolhida para me observar
maldita eu
que aqui
sempre te faço referência despida
palavras de uma minha tão desnuda
dedos tão fracos
mas tão embebidos em fartos d-de-desejos
mas com você só privações
temo pelos dias que virão me trazer indícios
de que eu nada deveria esperar
de que ceguei a ponto de não notar o desprezo que você...
que você bem que podia
que...
vc não apareceria
que
nenhuma visita sua?
será mesmo essa a sua triste comovente saída?