2 de outubro de 2008


Ninguém, e toda ausência de vida humana aqui é bem vinda; poderia lhe dizer o que seria certo fazer. Então, começou, por si o movimento do fosse o que fosse. Assim sendo, fosse o que fosse seria assim mesmo esta coisa toda sendo...

Capítulo 1. Flores laranjas, amoras e grama.



Fosse o que fosse, a vida não passava de uma deliciosa brincadeira. Era feita de algodão -doce-de-leite, no alto de uma praça de qualquer quarta feira. Uma dessas quartas de fazer quartos na quadra, cobrir-se de risadas, entupir-se de todo o prazer até sentir que a carne está farta... Ao passar do deleite, despertar como se a Quinta que vem depois na Feira da Semana, fosse ainda a quarta, o quarto, um sonho de flores laranja, amoras e grama. Gosto de tangerina na vontade de plantar um pé de pitanga. E essas coisas todas eram o que eram: um mar inteiro de peixes só para nos saciar. Ah-mar, era como se soubesse o que era, a-mar! Uma água que ensaboava o melado fundindo em sussuros, invadindo os muros internos do medo, inserindo fluídos coloridos de todo o vapor que refletia a comunhão no banheiro do espelho. Era isso: Fosse o que fosse a vida não passava de uma tempestuosa relação ingênua entre a dor e o desejo.


Com amor em água fervendo,
Tata Muchacha