24 de março de 2008

eus, sintos e ques


eu sinto com azul de leve

que nesses dias beges

de um amarelo divertido

que enfeito com flores as minhas meninas...

que pecam...

que voam...

que beijam-flores...

que florem

que florindo

que floreiam

que flertando

que fomeiam

que foragindo

que permeiam

Ah,

que imperam essas minhas

que rainhas

...

Ah, eu sinto com ardor da manhã

com a mãnha

que trago no peito o alvo da mama

que é doce a candura

e que inflama

que se toda boca

que tivesse cama

que se todo toque

que exclama!
que ele é

que assim a chama

que assim o fogo

que encanta

...

Ah, eu sinto com o verde esperança

que sobre o peito

que sobe o trago

que invade em beijo

que lambendo infarto

e que com todos os sentidos 5

que enlaço

que tudo

que quero

que posso

que encostando

...

Ah e eu sinto...

e que venham mais

e que...

20 de março de 2008

diálogos possíveis com as flores e as meninas do chá de mim


PS: para entender as cores que flutuaram pelos meus dedos enquanto eu tecia esse descarrego vide: http://flickr.com/photos/nattypops (menina, moreka e minha...)

Coloria tudo!tudo eram cores e as fazia!
Vingava seus passos nas asas do azul-do-mundo
Pintava os desejos com suas saias verdes olivas tempestuosas
Estampando os seios em pink néon vagabundo
Acometendo-se da pureza cândida e do púrpuro absurdo
Em seus devaneios não era de sua alçada
Tirar o tempo para dançar
Fascinava-o com suas meninices safadas
Fitava-o com anseios de entorpecê-lo em seus olhos selvagens
Que mordiam, enfim quase tudo
Quase todo vermelho que parecia profundo
Apalpava-o na ínfima intimidade do escuro
Umedecia-o com o sabor do laranja
Penetrava-o com seus dedos-marrons-duros
E depois sabia:
As noites se entorpeceriam crioulas ao seu lado
Curvando-se ao seu bordeaux tóxico de volúpia
Abria o pacote de sua voz surpreendendo
Até a si mesma com o escarlate
Que derretia para desinventar os pecados
Fosse outra coisa que não essa orgia de letras
Seria o verbo que contagia
Descomeçava tudo enquanto assim queria
Posto que assim era sua própria fantasia
Antagonizando a pedra e o cinza das coisas frias!
e também tinha música
e todas as quintas afinavam-se em arco-íris e sintonias
essa é a cara das caras meninas
que tomam café com calcinha
que fazem do chá outra minha
que fazem arte na cozinha
e ainda brincam de casinha...

por que sem as minhas eu de Muchacha, nem Tata seria
ta aí meninas
o retrato das nossas Rainhas
nas cores dos sabores picantes vividos por ela
a volupiosa e enérgica Tata Muchacha!

13 de março de 2008

diálogos possíveis com os dedos e suas tangíveis formas de pensamentos 2/alg+1-m+uns







quando chovia daquele jeito
sentia a água penetrar as formas
era o jeito dela sorrir...

que abria as janelas
e uma vez abertas

ofertavam seu despido calor
em troca de poucos trocados

um tipo de moeda estampadas com a coroa

coroa do rei da companhia
feitas do metal que com ela mesma derretia
na sede da sua língua
E quando lavava-se daquela maneira errante

livrava o peso do seu pensante
esparramando-se doce
feito calda de caramelo
sobre o seu coroado-acompanhante
chovida ou molhada assim

sentia mais

e pensava melhor...


... Fosse por sentir-se zelada ou exausta

ou por caminhar pelada

por entre as criadas da sua imaginação...

ainda estava com os pulmões lubrificados
E inspirando o sopro da vida
pincelava verbos e atos!

Pois eram as gotículas de noites como essas
fantasiadas no contato das suas próprias mãos
que já não flutuavam
simplesmente pairavam
por entre os movimentos da sua euforia
e por sobre aquela atmosfera prazerosa e lavável
eram as gotículas de suas debutáveis auto-meninas

amáveis damas-da-noites


En-fim, findava suas atividades
entregando-se ao repouso

mas ainda assim

a sua inflamável mocidade

continuaria pensando

e continuaria melhor...

e de ficar pensando melhor

é que pensava que pensaria ainda mais
mas nem sempre pensava assim

às vezes nem o silêncio pensado ela ouvia...
lá fora somente o a poeira

daquele que já sabia

tardaria outra vez?

surpreenderia talvez?
não sabia

mas ele viria

para romper discrepante

a solitária alimentada pela orgia pensante

à qual ela se entregara

sempre

carente em sua poesia
irritável e irritante

boa de perna e saliva

trazia nos lábios

a inocência da carne que excita

maturada em sua menina

destilada e elegante

etílica de sua própria bebida

acalmada... ou sob calmante

chá-de-mimzada viciante



...


e da poeira ao pó que ficaria ao receberem-se

a chuva também os lavaria!
dialogando com as coisas que não viam
passeando por estranhos jardins que não tinham
mas eram feitos da candura

piscavam flores em luzes coloridas
e assim era quando amanheciam!...

10 de março de 2008

diálogos possíveis com o eterno e seus invisíveis 1/alg+1-m+uns


de nada adiantaria manter-me vidrada
gostar parecia mais
tinha vida!
fosse uma imagem
reproduziria o meu tom:
um neon colorido
atraído piscante de prazer
em nuances escarlates de acaso
enfeitados por adornos de desejo
como um amigo-oculto e íntimo do tato
até por que...
a eternidade é coisa sem forma
um nada de conteúdo
e que nem ouse contrariar esta norma
e
era por isso que bastava-me
ser presente
para não enforcar-me na imaginação da corda.
a corda era, no anões dos meus pensamentos,
como o tempo
que às vezes embolava dando nó
outras vezes estendia-se em minutos

numa linha reta
e fosse na guerra também era arma

uma armadilha pra perva
e podia servir de transporte
balançando vai

balançando vem

como faz corda- cipó
e pr'aqueles que brincam de pular-tempo
cada segundo pode ser o momento
um instante de poder

um poder de tropeçar no vento
...
era isso
aquele vagão era infinito
um parentesco de idéias
cujos sentimentos são de porta
vizinhos

a eternidade faria oque comigo?
imaginada não cabia

no espaço do umbigo
medida não existia
por que tudo o que tinha forma
enfim perecia
não havia extensão do meu corpo

ou de qualquer outro

ou qualquer via
que lá chegaria!
será que algum dia
alguém usaria alquimia
pra dar algo a alguém que não terminaria?
e quem comprovaria?
o que existe nessa proporção?

Livrar-nos-ia da morte?
e da alegria?
seria alforria?
será que me satisfaria?

pra mim

eram os segundos que eu contava-conhecia
que eram eternos
por que a cada segundo seguinte

era um micro-instante que novamente acontecia

e chegavam antecedidos de muitos antes

e segundos depois, outros muitos também havia!
e somavam-se infinitos a cada dia
assim também eram

os segundos em que eu fechava os olhos
sob efeito de alguma outra batida
eram primos-verbo da alegria
velhacos-compadres da sabedoria
recém-nascidos-netos do encantamento
pacotes de plumas-de-asas
embalados em sacos de saborosas quinquilharias

tudo que em mim alguma coisa sabia:
que exceto os segundos de euforia
exceto estes, tudo mais findaria!
e posto que isso signifique

que tudo, e mais,acabaria
até o nada

desejava
que existisse primeiro em mim
como a emoção calada que pinica
um tempero forte típico da sua comida
línguas entorpecidas de carne
incensos de faíscas coloridas
de mãos nos corpos invadidas
flores que em meus poros brotavam e ardiam
dor da idade que se gastaria
adjuntava adverbialmente à mim
o chá da mulher que é A
A genuína
A heroína
de composto que é O
O alucinógeno
O professor-melancia!
e na hora de dormir o colo
àquela minha tão carente menina
...
... e toda aquela emoção
o sentir-se viva
toda a fraudolenta faculdade
do nada

da vida!
e a imensidão por duas idas e vindas

os meus nãos

as suas partidas...

tudo isso dialogava com o que não se via!

3 de março de 2008

ei com h!

eu ei com h!
irei
já fui!
tô indo!
eu hei!
você também!
nós vamos!
eu vou!
você também!
eles vão!
eles hão!
eles vêem!
ele ei com h
de homem!
eu também!

1 de março de 2008

pecado do acaso salva centopéia de maus tratos

Deu no noticiário:
delicioso-pecado de padre-do acaso salva menina-centopéia de maus tratos
e como no jornal do cha-de-mim de tata muchacha as noticias são ambulantes-descompromissadas palavras
tá aí:



Naquela noite saiu
como em todas as outras fazia
não duvidava que alguns
a confundissem com uma vadia
e esses
que não cabem em seu pensamento
nem mesmo no vão do conhecimento
não merecendo nem despautério do nojento
nem o ardor sedento de rotular ...
esses...
passavam sem que ela pudesse notar
ou às vezes cria nem mesmo existirem
tamanha era a sua ingenua euforia
de com seus cem pés passear
por que saindo fugia
e fugindo podia
e podendo encontrava
e encontrando sentido para a centopéia que trazia nos pés
fazia-se do mundo encantar
mas naquele dia
onde foi batucar nos terreiros de seus guias
encontrou de novo aquele padre
com quem não desejava mais pecar
e ele a tirou de uma fria
livrou-a de um monstro cruel
um homem desses
que de tão ranzinza
vivia de lesionar o tempo
e quiçá de raivosa nostalgia
um macho um bocado
machucado por sua covardia
de render-se à impanciência
e renunciar ao acaso e à poesia
um ser que trazia uma mágoa no peito
uma espuma invejosa no jeito
e um discurso que não a compreendia
achou que aquele moço a desejava,
como também interessava-se por
acabar com toda a leveza da sua pequena-confusa-menina
e ela
não sabendo como agredi-lo
por que não achava que devia
ficou escutando critica-la com tanta energia
quanto o seu desejo de penetrá-la ...
e à força tentou pegá-la
mas aí a beleza do acaso que ali trazia
esporadicamente
o padre
a libertou daquela fria
e logo teve seu coração esquentado
por um confortante e conhecido-intimo abraço
estava salva
e pôde até entregar-lhe um beijo
mesmo sendo padre
anunciaram no toque dos lábios
O pecado
ele apressado
ela com os pensamentos atordoados...
e como não podia deixar de ser
saiu com mais um de seus pés
a caminhar pela cidade cinza
a desejar colo pra sua menina
a procurar refúgio no esquecimento daquele Golias

a este João que não é Donato
e que veio do norte da zona
direto para o meu afetuoso-coração-terraço
um abraço
e até outro paulistano acaso
que assim seja,
Amém!

Tata Muchacha, a Renata que não é in por que hoje ela é só grata!