28 de outubro de 2007

chá d'a gente


sob a alma já enferma e cinza
bateram as 17 horas inglesas
que anunciavam o compromisso inédito
tomada por este adjetivo surpreso e neutro
levei-me à casa daquela anfitriã-pintora
também feminino de mãe-mulher-encantadora
chegados todos os sorteados
anunciei
- reservando somente à mim a tristeza acidulada que permeava meus lábios caracterizando o retro-gosto.
...
anunciei com timidez implicita na dissonância da voz
que era chegada a hora do chá-de-mim
sem tentar muito explicar
todavia fazendo questão embebedar-me com a troca dos jasmins
de cada essência trazida em persona
e permeadas pela água
objetivamente aquecida para intervir
e dessa história surgiram 9 horas de rumbra-gente
proesas e poesias
poemas e alegrias
nasceram projetos e parcerias
estruturaram-se sonhos
hoje
minhas meninas-mim-crioulas-vadias-meninas-bonitas-molecas-sabidas
convertem toda essa imensidão em prece
ante ao fato de meu cão cérbere ter se personificado e devorado
na noite anterior
toda a leveza de minha arte em flor
e mais adiante
ao caso de ter chegado sofrida
agradeço a métrica dessa gente que versa permitida
hoje, papai do céu,
desmenti o medo que alimenta a culpa
sai da rua
para frequentar o mais nobre salão
que minh'alma já ousou imaginar estar
de mim fez-se a gente
espero agora, logo mais!



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