14 de fevereiro de 2008

coisas da vida

hoje eu parei
os sonhos que eu teci pra te encontrar
finalmente encontraram a escuridão vazia da tua ausência
choro com a ingenuidade perdida de minha menina
a saída da tua inocencia

ainda assim decorei essa música para cantar naquele hotel
onde desafiamos os verbos com a
os adjetvos com d
os superlativos com você

"Coisas da Vida"

nunca é igual
se for bem natural
se for de coração
além do bem e do mal
coisas da vida
o amor enfim
ficou senhor de mim
e eu fiquei assim
calado
sem latim
coisas da vida
como foi que eu cheguei aqui
quem me diria que esse era meu fim
olho no teu olhar
a festa de estar de bem com a vida
luar girou
a sorte me pegou
tesouro te encontrei sem garimpar
no ouro da paixão
na febre da paixão
estão em mim

ser o senhor e ser a presa
é o mistério a maior beleza
amor é dom da natureza
amor é laço que não escraviza
nunca é igual
sae for em natural
sae for de coração
muito além do bem

5 de fevereiro de 2008

terça

a cor fúnebre do céu não lembrava a festa da carne
mas lá esteve mulata
sambando entre as cores
e a prata
dizia saber que nada queria daquela noitada
mas mergulhou nos líquidos
corroedores de baratas
como todos
os que estavam no
no baile do tema principal
da badalada

só por uma noite
pra não dizer que não tentou descartar mais uma vez
tentava
mas
aquele maldito carinho
de contrapor suas batidas
comungando mais uma no peito
enlaçando os braços com um acalmado singelo desejo
de apenas enlaçar com os braços
deixando de lá os beiços

dormiu só com um
e com esse do peito aí mesmo
que a levou até o ponto
abraçando a ela um mundo inteiro
de palavras
risadas e segredos
e olha que era quase dezembro
de uma noite
atípica
de cala-frios-e-medos

Ah doces contos
perto de dezembro

A nega do cabelo liso colocou esse mesmo
colocou para dormir nas lágrimas que tingiam o travesseiro
e chorou
não na quarta de cinzas
mas no dia anterior inteiro
chorou encharcando milheiros
queria só aquele breve alivio de sossego
uns 20 segundos de asfixiação pro seu desapego

Mas mas passado o temporal
ou o carnaval
a água talvez terá levado todo o tempero
que alimentava os sedentos travesseiros


posto que no quarto de cima
as almas que lá estavam
uma delas
a extensão dela
aquelas pessoas ali em cima
rasgavam as fantasias
enchendo de cores os cheiros
exalando movimentos traiçoeiros
de delirio e anseio
de seios
ali surgia a flor conjugada
na coroa de shorts
herdada
da cor paixão
do seu desassossego
oferendando flores pro desespero
e comendo tremores sem tempero
temperando
ardendo

... e la debaixo
ela continuava regando o sofa
num mar de afoliados caramelos sem euforia
tentando achar o peixe da sua alegoria
aprendendo que não podia...








não podia deixar de gostar de chorar de amor
de cantar a dor
de rimar com flor
improvisando a cor
de arriscar sabor

2 de fevereiro de 2008

Sábado de Carnaval

"Olho por essa janela e a única verdade que eu não poderia dizer àquele homem, abordando-o sem que ele fugisse de mim, a única verdade é que vivo. Sinceramente vivo. Quem sou? Bem isso já é demais."

Sàbado de carnaval
e o meu folião perdeu-se por aí
será que infeliz?
será que ele quis?
Perdeu-se, enfim por aí
bem perto de onde você deve estar
mas quem dera o caso fosse de tentar
pelo menos tentar
querer encontrar
é
pois é
e é mesmo
hoje eu comemoro sábado
e tem o feriado
chego em casa cedo
não e afim de bagunçar
e assim os faço!

não tenho violão
não tenho melodia
nem samba
nem cheque-calção
eu tenho álcool sim
pinga-ni-mim
e o coração
uma batida que é covardia
dessa euforia
dessa coisa toda de viver
e gostar
e sentir
isso e assim...
essa carnavalesca casa de cavalarias
essa maldita-bondade em mania
de tecer você e achar:
que beleza, isso é que é
é mesmo
e pois é
pois-esia!

tenho tristeza então
e sim
e não
braveza eu tento também
e capaz há transtornada obssessão compulsiva em mim
mas é transitório esse brigar aqui
não gosto desse sobreposto blábláblá
nem do composto do tititi

e hoje é que é
e não é que é mesmo
e depois não é
Sábado de Carnaval
vou deixar de falar nisso
que eu não sou chouriço
e não se fala mais e disso!
mas antes de eu terminar
Tenho também um feitiço
de encantar!
Veneno meu decantado em chá
perfume e dor de adoçar
e precisava só contar!
Por que hoje
Carnaval de Sábado é que já não é mais!
pois é
não é mais?

1 de fevereiro de 2008

inventando-inventável diálogo de nós! Inventário!

" Estava alegre nesse dia, bonita também. Um pouco de febre também. por que esse romantismo: um pouco de febre? Mas a verdade é que tenho mesmo: olhos brilhantes, essa força e essa fraqueza, batidas desordenadas do coração. Quando a brisa leve, a brisa de verão, batia no seu corpo todo ele estremecia de frio e calor. E então ela pensava muito rapidamente, sem poder parar de inventar."


- Não é de querer o mau,
mas também não o é de gostar de fantasiar nas plumas da emoção
né não?...
... sou assim por não saber pensar sem estar coagida em sentidos
... quiçá por estar sentida sem poder pensar
... estou pensada em mim
... sentida com o fim
... rê-pensando esse afim

INVENTÁVEL VOCÊ:
- Como assim? Quando é que você começou, ein rapariga?
essa coisa de mim tão minha?
e quando é que a gente rima?
e se descombina?
ou se cair na rotina!?
o que te anima?
Ãh? Fala pra mim, Pitica!

SUSTENTÀVEL EU:
- E como é que eu vou saber
ou você
qual é a dessa fina-sintonia?
Ouviu a canção que tá tocando na pista?
Qual é a sua picadilha?
Você também sente ou só quando rima?

Desculpe, FUI AGRESSIVA!

INVENTANDO VOCÊ:
- Tá doendo onde Pititica?

SUSTENTANDO EU:
- Não sei!

INVENTADO VOCÊ:
- Vamos dançar então, Rainha!
Deixa de falar só, Mocinha!
Faz cara de brava não, que tu fica ainda mais linda!
Você é uma adocicada confusão
esconde no peito pequeno
um enorme pulsante-vulcão
de correr sangue de mulher-paixão
de bailar latina
de anoitecer menina!

DESCONCERTADO EU:
- Dancemos então!