ilustração: natty caselli (republicação: Tata la Mucha Muchacha)
perambulam feito zumbis
as palavras que me permeiam
e não temo não semearem mais
desprovida de qualquer outra intenção
encontro-me com elas por interrogada ação
revolucionada em dandara
mas...
serão as minhas muitas inúteis letras,
uma reunião de crianças?
e se forem?
o que estão fazendo?
por que se reúnem?
por que emergem em mim
como necessidade visceral?
um singelo vício?
serão elas meninas infanto-juvenis?
fazendo algazarra por aí
só pra assumir a responsabilidade da troca?
nem sei o quanto são de tudo isso
pois hoje
sou crioula-mulata circulando em rito
feito alforria-feitiço
sou gente-de-batuque-caximbo
procurando vaga na liberdade-caminho
será?
e onde é que estão as paredes
tingindo em tom púrpuro
do sofrimento e cura?
cadê o teto que ofusca um escarlate rubro
vibrando de paixão e morte?
estão mais para um capricho?
ou para Clarices?
São bananas, mangas, pepinos?
Ou baianas, amoras de tangas?
ou quem sabe esse fio-dental sapeca
exibindo uma libido útil
e moleca
exalando o hormônio inútil
da moderna idade?
ó... interrogada ação
por onde quer que perambulem
as minhas-damas
elas chegam-garantem-se!
e assumem-se hábeis
em contar das coisas de suas
pró-de-próprias
vidas
mas falam de que?
falam de muitos
falam PRA VOCÊ
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