15 de janeiro de 2008

Não... Vá!

ILUSTRAÇÃO DA ÚNICA AMOREKA MIA: NATTY POPS



Não... Vá!
quando você se for
eu não quero estar só
o amor é um capricho desconhecido
desavisado
cheio de nós
desobedecido
safado
envelhecido em pó
o que eu vou fazer com ele
se não tiver o seu umbigo?
como é que eu vou passear com ele
se eu não fizer isso contigo
o que eu vou colocar no lugar de você
na hora de casá-lo comigo?
Não... Vá!
fica mais um pouquinho
eu ainda não fervi aquela água minha
de beber você no meu chá
Não... Vá!
delete com tua boca a minha calcinha
permeie com a língua as minhas rainhas
deixe-me adornada de cansaço em tua saída
Não vá!
Mas se for não olhe pra trás
Nada disso aconteceu
Imaginado foste em meu olhar
desejado fizeste o meu andar
Admirado construíste esse meu gostar

E quando você se for, por que essa súplica é apenas o meu abrigo
+ Um pouquinho de medo desse vazio
x a dificultade de descartar todo esse seu menino...
Vou contar que :

Nunca acreditei no Principe Encantado
Pois não tenho fé na felicidade dos finais
Depois de todo o desmerecimento do passado!

Agora que você se foi...
Permita-me citar uma outra cujas palavras podem me consolar
quando a ausência tua for definitiva e as minhas letras quiserem te acompanhar...



Clarice Lispector (A outra - "Perto do coração Selvagem)

"Ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a compreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá o meu caminho até a morte sem medo de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo."

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