20 de maio de 2008

ALÍ-cia & Mesmo





Ali, sob a circuncisão das cores que fundiam-se em creme
e, sobre a sua, aquela outra mão...
Essa toda uma maciez oriunda do rosa
já antigo
afastava-os do gemido das ruas
trazendo-os tragados na fumaça que sentia beijo naquele gosto.
Delineavam movimentos singelos de uma explosão absoluta
revelavam-se nas ondas-cinzas-vapor daqueles marrons-tabacos...

E o alarde estava nas úmidas superfícies baunilhadas
tocadas pelas cruzes que teciam em seus dedos...
Não eram permitidos, mas dedicavam-se respiradas orações
tão puras quanto a textura branca do leite!

Dedilhavam também os dourados de suas carnes
caramelizando-as em rimadas línguas.
Se pudessem ouvir aquele banquete: ensurdeceriam!
Naquelas salas, surgiam exclamadas fendas
Desenhadas pela espada-coragem da saliva que deslizava impiedosa... cobiçando tudo molhar.
Ali trocavam seus bilhetes, farejando-se
intimidando a frieza do azul, comprando o céu para os seus deleites.

Era uma pena que ele não trouxesse nos olhos o azedo-limão e o incomodado-verde...
Faltava-lhes a esmeralda-esperança àquela condição
Mas tudo mais diluía-os em encantados gases neon
a dissuadir pela cidade a volúpia libidnosa de seus vermelho-isentos-do-medo...
Seriam suas as letras ambulantes a contaminar a cidade com ritmo e poesia e anseios...

Mas era abrir um só caminho pro pensamento, que Alí (mesmo) confundia-se toda:
de quem eram os seus sonhos-lambuzáveis?
... Qual o nome tinham os cavalos dos seus pesadelos?
Quem os faria doces? Como se chamaria o seu de-sonhos-confeiteiro?

Ali, sob a circunferência de si mesma
entre os tremores e seus colecionáveis-amantes
achava-o
e então, ambos fugiam cortando-se em raios...

Mas não antes de delinearem-se laser.
Condicionavam os verbos, criavam...
Tempesteando a sinestesia em muitas vezes
e a cada faísca
em cada ensejo sobrepunham-se
E adornavam muitas vezes sem o medo, pois sabiam-se.
Reconheciam-se antes e após qualquer outra cor-fundição ou sentimento.
Mantinham-se incorruptíveis ao tempo
possuíam muitos corantes
Porém cândidos, eram apenas os seus desejos.

Mas era Alí ouvir uma outra fagulha qualquer
um lampejotolo
que ela dividia-se-os:
Quantos haviam entre aqueles âmbarados incêndios?
Não! Ela não sabia...
Permissiva era apenas ao que sentia
ainda que não compreendesse...


E à sua causa havia a encantada-furta-cor do se-não-der-certo:esqueço!...
... E quem esqueceria aquele licor de delícias fumado no beijo?
Quem a rê-petiria?
Quem não e quando podia?

Alí-cia nada sabia! E não Mesmo!

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