13 de dezembro de 2008

Ilustrações de QuinhoAmor em palavras TataMuchachaAmorosa (Projeto de dois amigos que se encontram nas estórias sem medo/ Status: em desenvolvimento)


Querido amor de cartas correspondentes... Meu menino lindo,

Sobre o azul da tinta e outros planetas...

Aqui estava eu de novo. Voltada à minha gente, em casa! Desnuda com a minha terra, na mata. Descalça sobre a tua pele... NA MINHA!Escoltada por aquele meu calor nos trópicos do seu Câncer... resquícios de um não-entendimento e dessa coisa toda do SEU todo nunca vivido.
Sobre os meus seios, outras línguas, também vividas como a sua, mas mais antigas e medievais na estórica CARNE MINHA!
Não expus muito as minhas capitanias, estavam feridas de uma água ardente que eu continha e estavam também nas minhas coxas sempre virgens da tua boca ida, rodada e sempre nova quando volvia.
- Como viver sem isto?-agora me pergunto - e que mal havia nas entranhas dessa gostosa euforia?

Aqui, se me faltava o teu protagonismo fóbico, estava farta a mesa de coadjuvantes potenciais à loucura do acasalamento. Aos meus relevos, era o toque enriquecedor de que necessitavam os meus dedos. Tinta azul alagada de ensejos e muitos papéis em branco para deixar a impressão dos beijos. Vivo, por isto, até que bem com a minha família.

Aqui, a geografia dos meus desejos parecia instintiva, de solo vermelho e árido. Encontros de acaso em meio à caatinga... E os seus pelos na memória dos meus cheiros, banhados por um mediterrâneo meio ao meu afeto atlântico... Sal responsável pelo aquecimento dos meus globos, glóbulos de um rubro vulcânico ariando a pesquisa das planícies... Planos que voam com os ventos rochosos das tempestades que ainda viveremos.

Como derreter esses medos?- ourta vez me questinando- e que mal havia nas ilhas esfumaçadas dessa estrondosa harmonia?

Homem-Mulher-Homem-e tudo mais...

Mas aqui estava eu de novo quando, pela manhã, sentada à minha janela e indiscreta, olhando os restos no teu prato nú e lambendo os dedos antes de entupir-me da lua e saciar-me de tu; quando soube do seu câncer e não consigo dormir. Todavia, devo escovar-me os dentes e por-me calada a tentar. Amanhã, te trago as flores e NO PEITO e pago-lhe os amores e bem-feitos.

Com amor deformado,

Tata Muchacha


P.S e por que ainda estou aqui: Aqui está um trecho de amor para o nosso projeto, para um seu desejo e um nosso jeito de viver o certo.
Pra falar de dor, ainda que enfermos, é preciso antes saber "quem pagará as flores se morro de amores".

Ainda chego logo, por enquanto, não tem jeito. Assim que em outros planetas, te vejo.


14/12/2008

Um comentário:

acruz disse...

táta vc é tudo de bom....continue escrevendo assim com todo seu emocional e ilumine nossa vida sempre.Bjs mamushk